28 de novembro de 2007

Pessoas, verbos, carros


Passam fácil, rápido, ora invisíveis, assim como os carros na avenida dia de sexta. As pessoas vêm e vão, são, mas nem sempre estão. E ainda assim vivemos como se estivessem. Assim pra sempre. Assim quando a gente quer. E pro que a gente quer. Deve ser por essa certeza burra de que elas sempre voltam que não aproveitamos o que cada uma tem pra oferecer. Ou extraímos o pior delas, tomando as piores atitudes, como o descaso. Ter segurança de que se pode deixar pra depois aquele jantar com um amigo de infância, o encontro bobo com a avó ou a viagem pra se aproximar de alguém que se admira nos faz displicentes, negligentes e indecentes. Colocamos empecilhos, deixamos pra amanhã, ficamos no superficial, discutimos, tememos, afastamos, machucamos, escondemo-nos...fazemos tudo como manda o livro Somos Eternos e Estamos a Disposição. Só que o tempo é cruel, a vida terrena é fulgaz e o pra sempre não existe. Quando vem a morte, a separação ou a distância de forma geral, o nó na garganta não desata, e se implora pra voltar no tempo. Mas as pessoas passam fácil, rápido, ora invisíveis, assim como os carros na avenida dia de sexta. E nem assim a gente atravessa com mais cuidado.

20 de novembro de 2007

McHomen's - Super Saiz de Mim


Felícia * como num disco riscado...says: Sempre boy seqüelado

Operação "Adeus caminhão da Prefeitura!" mode on says:
é mesmo. depois q conseguiu o q queria caiu fora

Operação "Adeus caminhão da Prefeitura!" mode on says:
ai, a cada dia eu odeio mais os homens

Operação "Adeus caminhão da Prefeitura!" mode on says:
se eu tivesse uma tendencia minima, ja tinha virado sapata

Felícia * como num disco riscado... says:
eu tb

Felícia * como num disco riscado... says:
odeio muito esses putos

Felícia * como num disco riscado... says:
Odeio Muito tudo Isso, slogan do McHomen's

Operação "Adeus caminhão da Prefeitura!" mode on says:
HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH

Felícia * como num disco riscado... says:
peça pelo número

Felícia * como num disco riscado... says:
Número 1-Bigcorno - adora uma gaia

Felícia * como num disco riscado... says:
Número 2-McVaiverseeutônopróximoquarteirão - usa uma vez e some, sem dar endereço

Felícia * como num disco riscado... says:
Número 3-McChique - só pra desfilar nas festas e sair na coluna social

Felícia * como num disco riscado... says:
Nuúmero 4- McCheidanota - Pra pagar o champanhe com caviar

Operação "Adeus caminhão da Prefeitura!" mode on says:
huahuahuahuahuaahuahu

Operação "Adeus caminhão da Prefeitura!" mode on says:
bota isso no teu blog, por favor!

Felícia * como num disco riscado... says:
Número 5-McNífico - um amante profissional, se quiser dar uma gozadinha vez em qdo

Felícia * como num disco riscado... says:
Número 6-McFishadonapolícia - Que você coloca na lista negra e espalha pras amigas não pegarem

Felícia * como num disco riscado... says:
Número 7-McCrisporraéessa? - Brochas e seqüelados em geral

Felícia * como num disco riscado... says:
Número 8-McDuplapersonalidade - Com síndrome bipolar de humor, só serve se vc tiver a fantasia louca de viver com dois homens diferentes

Operação "Adeus caminhão da Prefeitura!" mode on says:
hahahahahahahahahahaha

Operação "Adeus caminhão da Prefeitura!" mode on says:
menina, faz um posto com isso!
JÁ!

Felícia * como num disco riscado... says:
vou fazer

Felícia * como num disco riscado... says:
bando de puuuto

***

19 de novembro de 2007

Fast forward


Alta Ansiedade
(Cazuza)

Se marco uma entrevista às 2
1:15 já fumei 10 cigarros
Se vou gravar uma faixa
A mesa do estúdio está quebrada
Não sei esperar, não sei esperar
E a minha vida é um engarrafamento

Se tenho uma festa às 10
8:30 já estou pronto
Fico balançando os pés
Sentado na beira da cama
O tempo não passa pra mim
Quero mais velocidade
Várias coisas ao mesmo tempo
Não quero esse bonde lento

15 de novembro de 2007

Gel sedutor








Cantarolar músicas de Sandra de Sá, Eliana de Lima ou Sampa Crew em bares respeitáveis da cidade. Brincar de Celebridade, com post-it amarelo na testa, em casa ou no restaurante japonês. Fazer performance de Pepê e Neném, Madonna ou Carla Perez no meio da rua, para respeitável público. Descer até o chão, chorar e deitar na grama em respeitáveis festas. Ouvir e compartilhar Beatles no caminho entre bares com os carros emparelhados. Colecionar a revista Sou + Eu e se urinar de rir com os casos da vida (sur)real em coletividade. Gastar uma tarde respeitável de churrasco comentando o outdoor trash do gel sedutor Mariah Marin, do gloss "Comi galeto, baby" e do rímel q "faz o mesmo efeito de quando você acaba de sair da piscina". ...Para todas as outras existe MasterCard.

12 de novembro de 2007

Florbela e a fera


PARA QUÊ?!

Tudo é vaidade neste mundo vão...
Tudo é tristeza, tudo é pó, é nada!
E mal desponta em nós a madrugada,
Vem logo a noite encher o coração!

Até o amor nos mente, essa canção
Que o nosso peito ri à gargalhada,
Flor que é nascida e logo desfolhada,
Pétalas que se pisam pelo chão!...

Beijos de amor! Pra quê?! ... Tristes vaidades!
Sonhos que logo são realidades,
Que nos deixam a alma como morta!

Só neles acredita quem é louca!
Beijos de amor que vão de boca em boca,
Como pobres que vão de porta em porta!...

Florbela Espanca

6 de novembro de 2007

Na rede


Histórias as mais interessantes se podem contabilizar quando o assunto é relacionamento via internet. Não falo de joguinhos fúteis e abomináveis do tipo "De onde tc? Tem webcam?". Mas de como essa rede danada revolucionou o que se entendia por amizade, namoro ou casamento, ao diminuir distâncias, extinguir barreiras de tempo e espaço e escancarar ou mascarar sentimentos. Pro bem ou pro mal, o fato é que a net tornou-se madrinha de um número absurdo de casais, que se conheceram, se reconheceram, se reencontraram ou se transformaram não através de, mas por causa de chats, e-mails, orkut e tudo o mais. Ainda na década de 90 e seus primatas, como o mIRC, uma amiga se engraçou por um rapaz, da mesma cidade, que freqüentava o mesmo bat"canal". Casados até hoje. Este hoje em que outra querida amarga a ausência do namorado de longa data, que está fazendo curso no Canadá. Mas tem chat, tem voz, tem imagem...quase tato, quase cheiro. Um quase que tortura, segundo outra, que encontrou um dos poucos caras casáveis do mundo por acaso, via orkut, mas ainda não teve oportunidade de tocar os pêlos do seu rosto. Rosto como deve ser o do noivo negeriano de uma simpática romântica, que espera, há dois anos, pela primeira visita do amado, viúvo, que pretende trazer o kit completo (4 filhos) ao Brasil, para que sejam felizes para sempre. Sempre que é igual a nunca: não se pode dizer. Dizer aquelas premissas perigosas, "eu te amo", "não te quero mais", que podem tornar as coisas mais fáceis ou precipitar; que podem ser falsos ou soar de forma errada. Errado é usar a rede pra enganar, fingir, magoar, brincar com sentimentos, banalizar, não ser. Somos vítimas do efêmero, do virtual e da conectividade full time, mas ainda valem os princípios do Bem, a honestidade e o apego às relações verdadeiras. Verdade não sai de moda. E se é moda ser superficial e falso, que se apaguem os flashes e recue a passarela!