30 de abril de 2007

ABCDário

Ele veio com "A de amor e B de baixinho..."...E eu, pra descontrair, brinquei com a foto de V de Virose e a camisa T de Tabacudo. E me lembrei de todas as nossas frases feitas e piadas internas, que a gente não se cansa de repetir como bons chatos que somos. E foi engraçado ver que, mais uma vez, estamos nos mesmo barco, que, apesar do drama, tá mais para Cruzeiro das Loucas do que Arca de Noé. Despediu-se com convite pruma festa num motel, na companhia de todas as bichas loucas do planeta. Aí fiquei mais aliviada, reconhecendo aquele olhar (não revelado, porém imaginado) do meu querido entre as lágrimas inconvenientes - que não combinam nadinha com ele. Dario, você é meu número par preferido! =*

25 de abril de 2007

Bom partido

Antes comigo do que mal acompanhada. Ou não? Engraçado como o mundo não perdoa a solidão consentida. Quando se está sozinho por desespero, falta de opção ou graves problemas, a fila parece não andar; contudo, no momento em que você passa a pedir um só copo na mesa do bar, ir ao cinema na companhia de sua pipoca ou não pentear o cabelo de manhã, parece despertar o incômodo alheio. Não bastassem as pessoas adotarem o passatempo de projetar pretendentes do sexo oposto (geralmente) para preencher o que acreditam ser vazio na sua vida, aparece peça de tudo quanto é lado para perturbar a sua condição zen (ou sem). A exemplo do taxista que acaba de me trazer. Mais um provável paciente, decidisse eu pela carreira de psicóloga (eu mereço; deve ser cármico). Mal entro no carro, ele começa a desabafar sobre o fato de estar na justiça com duas mulheres. Quase chorando, após narrar a situação da última, disse sentir-se inclinado a fazer uma besteira (para os telespectadores de novela mexicana de plantão, cometer um crime). Em vez de temer e rezar pra chegar logo, eu invento de soltar duas palavrinhas e responder indiretamente aos questionamentos do cafusú. Pois o chofer não só me deu seu cartão como insinuou, se tivesse a sorte, assumiria os meus gêmeos e me encheria de presentes e muito carinho. Mereço? Acho que somente pelo fato de você estar bem resolvida sozinha - o que deve dar um ar de superioridade, falsa, claro - passa a parecer um bom partido. Deve ser essa a justificativa para a minha querida psicóloga querer me ajeitar com o filho dela, um rapaz interessante, separado, com um Polo e um apartamento em Boa Viagem (características que fez questão de frisar, sem saber que geralmente os lisos, desajuizados e maltrapilhos me intrigam. E mora sozinho. E me achou linda e inteligente, veja só! Ahã). Pelo menos agora sei que não sou louca por completo, ou ela não ia me querer para nora.

22 de abril de 2007

Pras meninas

Noite agradabilíssima a de ontem, quando a Ruiva Obscena e a pequena de olhos verdes me pegaram em casa pra assistirmos a episódios de Sexy and the City. Foi ótima a experiência coletiva: as quatro periquitas no quarto (as nossas e o vinho homônimo, claro), frente à grande tela de Olhos Verdes. Mas o bom do clube da tanga são sempre as conversas inspiradíssimas e reveladoras de coisas que a gente nem nota antes das divertidas e profundas análises. E é cômico (re)descobrir quão previsíveis e tabacudas somos nós, meninas. Por exemplo, Ruiva, ultimamente esquisitinha com los muchachos (o último era uma franja ambulante que dá o cu que cochila! Ainda bem que ela percebeu em tempo e deu o "lavra"), tá numa de um cafusú ótemo, que comparece e dá a real, mas tá toda desconfiada, coitada, só porque o carinha parece normal (trauma é foda). Já eu descobri que estou ficando louca, justo agora que faço uma terapia maravilhosa. Pois num é que só nessa fofoquinha me dei conta de que, além de consumista, sou sem noção?! Na minha última sessão com a psi, saí do consultório com a sacola cheia de lingerie (cores, modelos e adornos pra todo gosto. Lindas e baratas, meninas!). As peças me foram oferecidas pela ouvinte do inconsciente, que sabia que eu iria curtir. Ficamos fuçando as sacolas feito catadores de caranguejo no mangue; uma coisa! Só ontem me dei conta do que fiz: gastei dinheiro pra quê? Solteira, quietinha e boa menina (huum), vou fazer o que com os modelitos sensuais? Geralmente as moças se equipam de novas armas na situação contrária, quando arrumam um bofe. Até porque se pintar um peixe na rede, os conjuntinhos antigos vão ter cara de novidade! Uia! Ah, e por falar em peixe, ontem também saiu uma história de um gato que leva a vida no mar, é sedutor e ainda por cima passou da fase de cafusú para selvagem total (não, não é o Boto daquela lenda). Ele existe por aqui, e, além de outros hábitos rudimentares, corta o cabelo com uma faca! Uaaaaaau! Ele curtiria a de renda vermelha ou a preta de fitinhas cor-de-rosa?

20 de abril de 2007

A Identidade Buarque

É porque eu não consigo mais pensar em outra coisa se não aquele menino velho tímido pronunciando meu nome no palco (sim, não sou Renata Maria, mas Maria toda mulher é, não? =D)... Tirando o ataque das mulheres no cio, foi uma das coisas mais tudas da minha vida. Se quiser saber como foi, passa lá no meu blog preferido: www.vacacaga.blogspot.com.

18 de abril de 2007

I love cafusú

Imaginar aquela figura de camisa estampada, correntinha dourada, óculos de caminhoneiro e palito na boca sempre foi broxante para muitas mulheres. No entanto, o conceito de cafusú foi amadurecendo, e esse homem rústico e de hábitos grosseiros evoluiu por tabela. Se antes almejávamos a tipos finos, cultos e gentis, hoje a canalhice descarada dos atraentes moderninhos (mesc, indies ou emos) causou tantos traumas nas calcinhas metidas a sabe-tudo-do-bicho-homem que passamos a olhar o cafusú com mais carinho. Uma amiga provou agora o gosto (de arroz com feijão. Ou o cheiro de desodorante Tres Marchand) desse espécime após período de solidão devida a experiências mal-sucedidas com modernos. Pois a bela resolveu aceitar o convite do tal colega de trabalho, de apenas 18 anos (ela tem 30, uma filha de 9 meses e separada do reprodutor psicodoentinho. Quase eu). Rá, bastaram alguns dias de flerte e o cafuça foi logo convidando a danada pra sair. Ela me ligou no domingo, dizendo que foram prum brega que ela nem sabe explicar onde fica, ele pagou tudo, agarrou legal e dançaram a noite toda. "Nunca me diverti tanto!", deixou escapar a mulher feliz. Quantos anos ela esperaria até que os modernos-canalhinhas decidissem sair a sós? Temeriam a rejeição, enrolariam com medo de furar o olho do amigo que também achou a gata legal, receariam chamar a mulher na grande por estarem sem dinheiro para comer crepe de espinafre...Fora o ninja que talvez dessem depois para evitar um possível e hipotético namoro ou uma crítica dos membros do clã. Ou talvez por ela não ter estudado o manual do cult ou não saber de trás pra frente uma música dos Beatles. Sim, medo é o que teriam. Resumindo, frouxos! Cafusú é destemido, te joga na parede de com força, não se envergonha dos seus hábitos e gostos, comparece e ainda te chama de princesa. Mala sim, mas com categoria. O canalha clássico te chifra, mas te dá flores e jamais te ofende; o moderno te dá bola, te esnoba depois e ainda te trai na cara. Precisa ainda ter vergonha de dizer que gosta de cafusú? Quem nunca pegou um que atire a primeira cusparada no chão!

17 de abril de 2007

Flor da idade

É fato: tanto eu quanto boa parte dos meus amigos estamos mais para o túmulo do que para o berço. Números e rugas à parte, nas minhas anotações de psicologia barata, tenho observado, de uns dias para cá, um ar insistentemente nostálgico em mesas de bar, sofás e blogs. Um amigo, após rodada de sushi regada a memórias-jukebox (para mim, já costumeira atividade notívaga), descobriu que não mais vive sem as lembranças de um tempo lá pra trás. Desde então - creio que faz dois meses -, o rapaz me liga todas as sextas-feiras (acho que por estar mais bêbado) para cantarolarmos um trecho de certa música de Robby (ex-Menudo), que parece ter despertado no querido uma crise (divertida, e já minha companheira há mais tempo) de idade. Outra moça estimada tem demonstrado um brilho mais forte nos olhos quando rememora as historinhas do passado, as estripulias da sua "adolescência" (ainda bem que não veio com "na minha juventude"...aí seria caixão e vela preta). Outra peça adorada do sexo masculino, fez a feira na revista da Natura, com a linha Renew 30+ (e ele nem chegou à era balzaca), e pagou tudinho com gosto. Já, no mundinho virtual do meu povo amado, não falta aquele gostoso saudosismo. Eu mesma tenho contextualizado diversos causos da nossa trajetória com o clichê "na minha época"...E é incrível como imitamos nossos velhos, que sempre se referem ao seu tempo como o melhor. Rá, melhor foi o meu, que teve tanta coisa absurda, brega e gostosa que a gente nem precisa de points, maquiagem e baladas pra se divertir nos encontros amistosos.

13 de abril de 2007

Sexta treze

Se tem um negocinho com o qual nunca me preocupei é essa tal de superstição. Passar embaixo de escada, gato preto, espelho...me poupe, faço tudo! (A única exceção é o tal do "brindar sem beber... e beber sem brindar". Não custa garantir). Mas hoje minha sexta foi/é muito treze! Para se ter idéia, nesta semana difícil (maldita é muito feio), teve caso de polícia no trabalho (federal!), babá saindo, dor de cabeça entrando, menstruação chegando e trabalho acumulando. Hoje foi o fechamento perfeito, quando, ao chegar no restaurante para almoço com colegas de trabalho, uma amiga, sem querer, fechou a porta do carro no meu dedinho polegar direito, coitado! Passei uns 30 segundos até a porta destravar, abrir e eu tirar a mão. Mas sou tão implicante com a superstição que me considero sortuda neste diazinho estranho. Sim, estou escrevendo neste momento (canhotinha que sou), oras. Como estava chegando ao restaurante, pedi correndo gelo e meti a mão num balde geladíssimo por uns 40 min. O dedo tava muito amassado, coisa horrível, mas sou uma mulher de sorte: não quebrou nem ficou pendurado (como vi em casos passados com duas amigas); tá só inchadão e doendo pacas! Duas colegas correram pra comprar o remédio prescrito pelo médico(por fone) enquanto outra me distraía falando descontroladamente (sim, elas estavam mais desesperadas do que eu. Rá, não sabem o que é parir gêmeos!) Após o remédio, a dor passou, comi picanha (carne vermelha? oh no! Mas hoje fiz questão...embora esteja enjoada até agora), tomei duas cervejas, ri bastante e ainda vou pro Abril Pro Rock, que eu mereço! Ah, e hoje a pessoa que provocou o caso de polícia no trabalho devolveu o objeto (valioso e tombado,pa-tri-mô-nio da Uniããão!) que havia sido "levado emprestado". Se até amanhã der tudo certo, continuarei nem aí pra figas, talismãs e sal grosso. Nem se o Santinha continuar a cair (até porque aquela vitória sobre a Coisa devolveu toda a moral do Mais Querido! Quá-quá-quá!).

11 de abril de 2007

Pagando a língua

Era pra eu já ter aprendido a segurar a danada, tamanha a "pagação" (e eu iria dizer o quê? pagamento? Ah, fds!) da dita cuja na minha breve vida breve. Afinal, além de lamber e ajudar a mastigar, saborear e engolir de um tudo, a língua serve para ser queimada. Eu já queimei a minha váááárias vezes com o café quente (que nunca aprendi a tomar, uma vergonha!) ou a macarronada fervente. Mas, de uns três anos pra cá, o sentido conotativo se apoderou desse inquieto membro de meu eu no quesito quei-mar. Primeiro, a moralista-idealista-radical-brigona aqui odiava cerveja (não ria, por favor! eu juro) e hoje "só dá a primeira mijada depois de duas grades", segundo o pai de um amigo, ao se referir às mulheres que dão prejuízo no bar. Tudo bem que isso já faz tempo. Mas foi forte impacto. Depois, a língua ficou mais queimada do que Chuck-pós-ácido em Brinquedo Assassino 2 quando caí na conversa do mala-mór da espécie masculina, tipinho que eu não só desprezava como do qual me dizia vacinadíssima - e ainda era a melhor conselheira das amiguinhas cegas de amor pelos trocinhos de pitoca. Bom, depois da minha cria dupla maravilhosa, a pagação tem sido sustenta - já dei potinho e coloquei um pouquinho de sal na comida (uó). Ah, e teve o sushi. Eu tinha total repugnância aos quitutes nipônicos (acho q era mais uma frescurinha da minha personalidade metida a do-contra. Mas tinha mesmo) antes da gravidez. Hoje sou devoradora dos rodízios, fico salivando só de pensar naquelas coisitas cruas! Ai! Bom, e por fim, eis o blog. Sempre visitei, mas nunca quis ter um só pra mim. Achava bobo falar da minha pessoa tão assim em público. Grande merda! Afinal, odeio aparecer. Será que virei exibida? Mas nem dói e, ainda por cima, me parece uma ótima terapia (mais barata, sem dúvida, do que aquela transpessoal lá que eu faço - e adoro). Agora falta a tatuagem e ... não, namorar homem de pochete e sapato branco já seria demais - me internem se acontecer.